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Livro

Num livro envelhecido pelo tempo,
escrevi teu corpo, príncipe da maresia.
Cativo na infinidade de um momento,
na distancia longínqua o destino sorria.

Esse livro abri com perfume a nostalgia,
teus olhos negros como coração da noite.
Inteiro, esculpido nas palavras da poesia.
Infante forjado numa manhã serena e fria.

Sou a mesma criança absorta e de face vazia,
desejo colher-te das descoradas folhas de papel,
levar-te a beijar o vento nas asas de um corcel.
Num livro moras, onde o idílico amor é apenas fantasia.

A última dança

Não querias dançar,
por isso insisti.
Dizias que dançar não sabias,
mas dançaste como nunca vi!

Da irreverência solicitação,
dançamos na multidão.
A melodia já não sei,
apenas da dança me lembrei.

Se tu não soubesses dançar,
a dança não teria lugar.
Dançaste por mim,
numa música sem fim.

Ter-te nos meus braços,
apenas sentir-te assim.
Essa infinita musica,
não vai mais ter fim.

Movendo o corpo,
num só sentido.
Despertando do sono,
o espírito adormecido.

Leves passos,
na química fusão.
Relatam o momento,
dessa única canção.

Novamente contigo queria dançar,
e voltar a esse magico lugar.
Onde o corpo se molda,
a uma estranha forma de amar.