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Naufrágio

Nas redes de um anseio desmedido,
sou peixe colhido de surpresa.
Nesse mar que pensava conhecido,
em que tudo era uma certeza.

Nadei em sentido inverso,
contra a corrente afundei.
Mar de sentidos intenso,
meu amor, naufraguei.

Mastro ao alto, proa erguida,
a tempestade está perto.
avaliando maré perdida,
navio já inundado, submerso.

Praia do meu sentimento,
mar cerúleo e brilhante.
Banha o meu espírito premente,
Estremecer, amor constante.

À deriva foi encontrada,
a marear sem sentido.
A bússola desnorteada,
morto ser desaparecido.

Num fôlego reanimada,
respiro-te brisa da maresia.
Rota conclui moldada,
completa sonância, melodia.

Guardado ficará o quinhão,
tesouro no meu baú de glórias.
Para sempre no meu porão,
preciosas pedras de memórias.

2 comentários:

Carlos Alberto Roldán disse...

Manejo espléndido de la escritura. Te felicito. Me gustaría leerte hablando de la vida y la muerte, que son desafíos de los poetas...
Mi abrazo, y un deseo de enormes fiestas, llena de afecto.

Carlos

Unknown disse...

Gracias por las palabras de alabanza son verdaderamente importantes para seguir adelante!